quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Segundo Cardeal Bertone, Papa procura “não romper com a tradição, patrimônio que devemos conhecer e valorizar, e não abandoná-lo nas bibibliotecas”.

Entrevista com cardeal Bertone para a rede de televisão francesa KTO

Por Marine Soureau – PARIS, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 (ZENIT.org) – O desejo de Bento XVI de restabelecer relações com os fiéis ligados à liturgia tradicional é motivada por uma “necessidade de reconstruir a unidade no seio da Igreja Católica” e para evitar que ocorra uma “ruptura com a tradição.”

É o que afirmou o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, em entrevista concedida à rede católica francesa KTO na última segunda-feira, 14 de dezembro.

Entrevistado por Philippine de Saint-Pierre, diretor de programação da rede KTO, o “número dois” da Santa Sé falou sobre a revogação da excomunhão e do desejo da Igreja de restabelecer os laços de amizade com os seguidores do arcebispo Marcel Lefebvre.

Bento XVI “está plenamente ciente dos problemas provocados com a separação dos fiéis ligados a Dom Lefebrve”, afirmou Bertone.

“É necessário lembrar que a responsabilidade de conduzir o diálogo com Dom Lefebrve e sua equipe foi confiada a ele (Joseph Ratzinger) pelo Papa João Paulo II em 1998”.

“Viu de perto as causas dessa fratura e a necessidade de reconstruir o senso de unidade no seio da Igreja Católica”.

Referindo-se à carta do Papa escrita em janeiro, esclareceu que o Papa “foi motivado pela preocupação para com a unidade do primeiro círculo interno da Igreja”.

Outro motivo para suas ações, explicou o cardeal, foi “não romper com a tradição”, acrescentando que a tradição “é um patrimônio que devemos conhecer e valorizar, e não abandoná-lo nas bibibliotecas”.

Na entrevista, o braço direito do Papa tratou também de outras questões importantes para o pontificado de Bento XVI. Referiu-se ao “diálogo ecumênico”, em particular com o mundo ortodoxo, no qual “o Papa é uma personalidade muito estimada” e considerado “um grande teólogo”, mencionando ainda o “diálogo com o judaísmo” e as “relações com o islã”.

“Estas são algumas das questões que ele considera mais importantes, e sobre as quais deu orientações precisas”, concluiu.

Fonte: Fratres in Unum

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