quinta-feira, 15 de abril de 2010

“Liturgia criativa… nos aliena de Deus e nos conduz ao pecado.”

De uma entrevista com o Monsenhor Nicola Bux publicada no mês passado na blogosfera italiana:


Então, não muito surpreendente, ele afirma: “O sentido de pecado foi enfraquecido pela diluição da sacralidade da liturgia. Existe um elo estreito entre etos e louvor.” O que o senhor quer dizer com isso? “Que hoje em dia perdemos valores porque frequentemente não damos a Deus um louvor digno na Missa. E muitos ateus também devem viver como se Deus existisse.” (E molti anche atei dovrebbero vivere come se Dio esistesse). Mas voltemos ao aspecto litúrgico: “As pessoas precisam do sentido do sagrado para descobrir Deus. O pecado é uma negação de Deus, mas se mesmo quando assistimos a Missa vivemos longe de Deus, então, como é possível evitar o pecado?” Então, ele especifica: “A liturgia é sagrada, divina e gloriosa; ela é vertical no sentido de tender em direção ao Alto, em direção à Beleza e ao Céu. Ela não é algo circular ou horizontal, algum tipo de estádio esportivo, assembléia ou festa. A idéia de uma liturgia frutuosa e criativa inevitavelmente perde o sentido do sagrado e, portanto, nos aliena de Deus e nos leva ao pecado. As pessoas, que são bem mais inteligentes do que lhes dão crédito, percebem onde está o sagrado. Ele não é algo abstrato, mas algo concreto. E isso é dito no Evangelho. “A mulher desejava tocar o manto de Cristo.” Para derrotar o pecado, é necessário determinados sinais inequívocos e firmes, não sinais flutuantes e instáveis.”

Portanto, a liturgia criativa cria um dano: “Muitos, especialmente, depois do Concilio, cederam a essa noção insalubre de criatividade. Porém, isso não foi culpa do Concílio, uma vez que o Concílio nunca abrrogou ou cancelou a liturgia de sempre. Uma Missa descuidada, manipulada e – pior ainda– violada é um obstáculo para o sagrado e aliena as pessoas da Igreja. Celebrar Missas criativas é uma profanação do sentido de sagrado porque isso nos afasta de Deus. O ministro do culto nunca deve ser um ator, mesmo um ator medíocre e uma fonte de escândalo, mas ele deveria pensar que seu dever principal é servir a Deus, nunca o seu próprio desejo irrefreado de representar o protagonista. Somente pela recuperação e restauração de uma liturgia vertical e correta, poderemos limitar em parte os efeitos do pecado e, desta forma, redescobrir Deus.”

Fonte: Rorate-Caeli

Visto em: Fratres in Unum

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