sábado, 29 de maio de 2010

Catequese do Papa: o verdadeiro sentido de hierarquia.


De fato, ninguém é realmente capaz de apascentar o rebanho de Cristo se não vive em profunda e verdadeira obediência a Cristo e à Igreja, e a própria docilidade do povo para com os seus sacerdotes depende da obediência dos sacerdotes a Cristo; por isso, na base do ministério pastoral está sempre o encontro pessoal e constante com o Senhor, o conhecimento profundo Dele, o conformar a própria vontade à vontade de Cristo.

Nas últimas décadas, utilizou-se frequentemente o adjetivo “pastoral” quase em oposição ao conceito de “hierárquico”, assim como foi interpretada na mesma oposição a idéia de “comunhão”. [...] Prevalece na opinião pública, para a realidade “hierarquia”, o elemento de subordinação e o elemento jurídico; por isso, para muitos a idéia de hierarquia aparece em oposição à flexibilidade e à vitalidade do senso pastoral e também contraria à humildade do Evangelho. Mas este é um sentido mal compreendido de hierarquia, também causado historicamente pelo abuso de autoridade e pelo carreirismo, que são exatamente abusos e não derivam do próprio ser da realidade “hierarquia”.

A opinião comum é que a “hierarquia” é sempre alguma coisa ligada ao domínio e, portanto, não corresponde ao verdadeiro sentido da Igreja, da unidade no amor de Cristo. Mas como disse, esta é interpretação errada, que se originou em abusos da história, mas não corresponde ao verdadeiro significado daquilo que é a hierarquia. Comecemos com a palavra. Geralmente, diz-se que o significado da palavra “hierarquia” seria “sacro dominio”, mas o verdadeiro significado não é esse, mas sim “sacra origine”, isto é: esta autoridade não vem do próprio homem, mas tem suas origens no sagrado, no Sacramento; submete-se, então, a pessoa à vocação, ao mistério de Cristo; faz do indivíduo um servo de Cristo e só enquanto servo de Cristo ele pode governar, guiar por Cristo e com Cristo. Por isso, aqueles que ingressam na sagrada Ordem do Sacramento, a “hierarquia”, não é um autocrata, mas entra em um novo vínculo de obediência a Cristo: é ligado a Ele em comunhão com os outros membros da sagrada Ordem, do sacerdócio.

E mesmo o Papa — ponto de referência de todos os outros pastores e da comunhão da Igreja — não pode fazer aquilo que quer; pelo contrário, o Papa é o guardião da obediência a Cristo, à Sua palavra resumida na “regula fidei”, no Credo da Igreja, e deve preceder na obediência a Cristo e à sua Igreja. Hierarquia implica, portanto, um vínculo tríplice: aquele, antes de tudo, com Cristo e a ordem dada pelo Senhor à sua Igreja; depois, o vínculo com os outros pastores na única comunhão da Igreja; e, finalmente, o vínculo com os fiéis confiados ao indivíduo na ordem da Igreja.

[...]

Queridos irmãos e irmãs, gostaria de convidá-los a rezar por mim, Sucessor de Pedro, que tenho um dever específico ao governar a Igreja de Cristo, bem como por todos os seus bispos e sacerdotes. Rezem para que nós saibamos tomar conta de todas as ovelhas, mesmo as extraviadas, do rebanho a nós confiado.

Lá vem besteira?!: Comissão da CNBB prepara a comemoração dos 50 anos da Sacrossanctum Concilium.

A trupe acima — Equipe de Reflexão do Setor Pastoral Litúrgica da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB (ufa!) — está reunida em São Paulo para a “preparação da comemoração dos 50 anos da Sacrosanctum Concilium, em comunhão com o projeto que será assumido pela CNBB, na celebração dos 50 anos do Vaticano II”. Este mesmo grupo terá uma reunião em setembro com o Cardeal Antonio Cañizares Lllovera: “Nesta reunião será refletido sobre a vida litúrgica no Continente”, esclarece padre Gustavo Haas, assessor da comissão.

Estes senhores fariam bem se desengavetassem suas batinas — e as senhoras os seus véus — e fossem refletir sobre a liturgia católica, e não só a do continente, por exemplo, na ordenação sacerdotal que o mesmo Cardeal Cañizares celebrará na Igreja de Saint-Eloi, do Instituto do Bom Pastor, em Bourdeaux, no próximo mês de julho.

Fonte: Fratres in Unum

Roma: discurso de Dom Manoel Pestana Filho, bispo emérito de Anápolis, em conferência sobre Fátima.

Apresentamos nossa transcrição do discurso proferido por Sua Excelência Reverendíssima Dom Manoel Pestana Filho, bispo emérito de Anápolis (Goiás), no “The Fatima Challenge Conference”, em Roma, no último dia 7. De antemão agradecemos as possíveis correções feitas ao nosso trabalho.

* * *

Excelências, irmãos padres, religiosos e religiosas,

Não esperem muito de mim, pois sou baixinho, mas, em suma, devo falar alguma coisa e me pediram que, ao menos, eu me comunicasse com vocês.

Roma, 7 de maio de 2010. Dom Manoel Pestana Filho discursa em conferência sobre Fátima e apresenta o livro de Monsenhor Gherardini - Concilio Vaticano II, un discorso da fare.

Roma, 7 de maio de 2010. Dom Manoel Pestana Filho discursa em conferência sobre Fátima e apresenta o livro de Monsenhor Gherardini - Concilio Vaticano II, un discorso da fare.

Algo que me parece sempre incerto é a questão do Concílio Vaticano II. Na última sessão, da qual participei, uma comissão foi até a Irmã Lucia, em Coimbra, e eu lhe encaminhei uma pergunta por escrito. Minha pergunta foi a seguinte: o terceiro segredo de Fátima tem alguma relação com o Concílio Vaticano II? A Irmã Lucia respondeu — não a mim, mas a um padre que fora com a comissão — “não estou autorizada a responder esta pergunta”. Isso é muito interessante. [...] é um sinal de alguma reserva no terceiro segredo e esta reserva tinha alguma relação com o Concílio Vaticano II.

Mas, como reversas com o Concílio Vaticano II? Estudei aqui em Roma, estudei Teologia, e isso me impressionava muito. Eu também tinha lido dois livros sobre Fátima, um do padre Marc, e um outro de um padre português, que tinha sido diretor espiritual num seminário brasileiro. E uma coisa interessante para mim era entender esta razão. E nesse meio tempo, soube que o Santo Padre Pio XI desejava reabrir o Concílio do Vaticano. O Cardeal Billot o advertiu: “Santidade, me parece que isso é um perigo, porque estamos no tempo dos modernistas e esses modernistas criaram muita confusão na Igreja. Se o concílio for aberto agora, todos estarão em condição de participar, porque muitos também eram hierarcas da Igreja e creio que isso seria uma magnífica confusão entre os teólogos, sacerdotes, religiosos e até o povo, porque todas estas questões que já haviam sido esclarecidas e algumas condenadas pela Igreja desde Pio X e também um pouco por Bento XV, estas questões estariam livres para discussão e creio que não seria bom para a comunicação e para a opinião católica”. Soube que o Papa levou em consideração o que havia dito o Cardeal Billot – o Cardeal Billot foi retirado do cardinalato alguns anos depois, mas esta é outra questão – mas o Papa teria dito sim, [o Cardeal] tem razão.

Soube também que Pio XII teve uma idéia [sobre um concílio] – estudei quatro anos em Roma quando ele era Pontífice – mas estas razões [mesmas] lhe fizeram pensar e naqueles anos ele havia escrito uma carta encíclica Humani Generis, onde ele condena aberta e duramente todas as posições modernistas, citando, inclusive, muitos teólogos de seu tempo. Eu depois fiz [...] um trabalho [...] sobre esta encíclica e situei muitas de suas citações [de autores] que eram anônimas, mas eram citações, nesta encíclica. Por exemplo, Padre Congar, por exemplo, Padre Schillebeecxs, e outros. [...], mas o Santo Padre havia denunciado muitos teólogos que depois fariam sucesso com os seus escritos.

E por isso creio que o Papa Bento XVI, com sua prudência e sabedoria, não tenha citado nas obras do Papa Pio XII esta encíclica. É interessante, pois me perguntaram uma vez: por que o Papa não cita a Humani Generis? Pensei, pensei, e disse: creio que se o Papa tivesse citado esta encíclica ele criaria um ambiente de oposição a Pio XII por parte de teólogos famosos que continuam tendo muita influência nas questões da Igreja e haviam sido grandes homens famosos, aplaudidos, no Concílio Vaticano II. Para mim foi uma decisão de muita prudência e sabedoria [...]. Depois, quando a questão da canonização tivesse avançado, eles tomariam certamente outra posição.

Mas retornemos. Seria possível que Nossa Senhora tivesse dito que não era de seu gosto, que não lhe agradava uma realização do Concílio? Eu não sei, mas se pode pensar. Com isso eu não quero dizer que o Concílio Vaticano não seja legítimo… e não seja também uma benção para a Igreja.

Não sei se vocês conhecem este livro de Brunero Gherardini, Concilio Vaticano II – Un discorso da fare – publicado pelos Franciscanos da Imaculada, aquela congregação fundada pelo padre Manelli, que é interessantíssimo… terrível este livro… mas mantém uma posição muito justa, muito bem fundamentada. Ele diz que no Concílio foram ditas muitas coisas que não são boas. Um comentarista francês dizia que era necessário distinguir aquilo que foi dito no Concílio, e foram ditas tantas coisas tolas, por exemplo, quando se discutia – e com todo respeito – a maternidade divina de Maria e também Maria mãe da Igreja; um bispo mexicano, Méndez Arceo, provocou risos, muitos risos, quando disse: “isso não me agrada, pois, se Maria é mãe da Igreja, e se a Igreja é nossa mãe, Maria não será nossa mãe, mas nossa avó”. Uma piada fora de lugar, mas, em suma, tudo era possível, e era uma Excelência que falava. E outras coisas que foram ditas; evidentemente, num ambiente de discussão, pode-se dizer tanta coisa tola [...] o delito que o homem usa e abusa de dizer o que pensa. Portanto, é necessário compreendê-lo.

Mas é ainda mais interessante que muitos daqueles que foram condenados por Pio XII – De Lubac, De Le Blond, Danielou, Congar, etc – eram homens do dia, atuais, durante o Concílio.

Mas, verdadeiramente, eu soube de uma coisa interessante: um professor da Universidade Gregoriana, que fora responsável pela comissão para os textos preliminares para o Concílio – Padre Tromp – um teólogo magnífico… Falei com ele um pouco antes de sua morte. Ele era meu professor na Gregoriana e eu até fiz um curso especial com ele. E eu perguntei como ele avaliava esta situação e ele me respondeu o seguinte: o Concílio foi um concílio bastante difícil, muito difícil, tanta energia desperdiçada, mas, em suma, uma coisa que se deve dizer é que o Concílio Vaticano II, com todas estas discussões, declarações, documentos, etc, etc, é também a indicação dada por João XXIII de ser um concílio pastoral. Até hoje não se compreende bem este sentido, sentido bem profundo de concílio pastoral. Mas sabemos que não era um concílio de definições, que terminava assim: “todos que disserem o contrário sejam anátemas, etc, etc,” como era praxe. Mas era um concílio que tratava questões católicas, religiosas e mesmo questões não religiosas, mas não concluía mais como os outros concílios, com condenações, excomunhões. Não era um concílio dogmático.

Este sacerdote, que fora nomeado chefe da comissão de redação dos textos preliminares por João XXIII, me disse: “É incrível que um Concílio assim, complexo, heterogêneo, no final das contas tenha contribuído para um dos documentos mais seguros, fundamentais da Igreja. Sim, e ele aludia ao Capítulo 8º da Lumen Gentium. Para o Padre Tromp, este documento seria um dos maiores documentos de toda a história da Igreja.

Bem, nesse Concílio havia um homem que eu admirava muito, muitíssimo, tinha lido várias vezes um de seus livros: “Teologia do Apostolado”, Cardeal Suenens e que, em suma, me fez sofrer[...]. Ele tomou a posição de comando, um comando externo, dos bispos da Alemanha e Holanda. Mas, em suma, ele era um mariólogo, um devoto de Maria e certamente ele é quem inspirou e acompanhou a redação do capitulo 8º. Bem, por que digo isso? Porque quando Suenens disse: “Santidade, não somos crianças [...]”. Recebemos uma carta, para logo ler e assinar. Nós somos bispos, nós somos sucessores dos apóstolos. Sabemos o que fazemos. [... ]. Temos que ler os esquemas e depois vamos discuti-los.

E João XXIII, vocês sabem disso, se amedrontou e disse: “sim sim, faremos um Concílio pastoral” Não há Constituições Dogmáticas num Concílio Pastoral. Faremos um Concílio para discutir as questões do momento, e não as questões de sempre, e dar a resposta convencida pela prudência e sabedoria evangélica.

O estudo feito por Gherardini considera todas essas questões e diz claramente: o Concílio é uma grande graça para o mundo, e também é este concílio, tantas coisas são ditas, mas não há nenhum peso dogmático. [..] Há coisas que podemos chamar de incertas… até alguns teólogos depois do Concílio Vaticano II disseram que a linguagem da teologia de hoje é uma linguagem de incertezas, não há nenhuma certeza em suas declarações.

Assim, me parece que isso explica que tantas coisas tenham chegado a nós com muito pouco fruto. Pelo contrário. Vejamos. Dentro do Concílio Vaticano II, não nas reuniões, foram feitos acordos com os representantes da Rússia para que não se falasse do comunismo, não se falasse de Rússia. Mas isso é o contrário da mensagem de Fátima. O centro da mensagem [...] era a Rússia, da qual virão grandes males para a Igreja e para o mundo. Mas fizeram um acordo. Ah sim! Porque havia bispos ortodoxos [para participar do Concílio]. E nós sabemos hoje que muitos bispos não só na Rússia, mas na Polônia e outros lugares, para não terem obstáculos da parte do governo comunista, faziam vistas grossas a certas coisas. Por exemplo: nós sabemos que este escândalo ocorreu na Polônia de um arcebispo que fora nomeado e que no momento de tomar posse da diocese ele simplesmente disse: “não, não posso tomar posse, porque encontraram um documento assinado por mim que me permitia sair da Polônia para estudar em Roma com a condição de colaborar com o governo sobre as coisas da Igreja que lhe interessavam.”. Este é o problema. [...] O arcebispo de Kiev, que era um homem que se aproximou muito de João Paulo I, na última audiência, morreu lá diante do Papa. Ele não era ninguém menos que um chefe da KGB e era arcebispo de Kiev. Coronel da KGB. [...] É um trabalho de muito tempo de infiltração na Igreja Católica, e se pode dizer que também o fato de Judas fazer parte do colégio apostólico, não disse nada contra Cristo, e no último momento quis lhe trair: “amigo, a que viestes?”. [...] Há momentos extremos de traição e por isso o Senhor tem muitos e muitos caminhos. [...]

Por outro lado, por exemplo, nós sabemos da influência da maçonaria no último Concílio não foi pouca, porque o próprio Monsenhor encarregado da liturgia – Bugnini – tinha escrito uma carta ao chefe da maçonaria italiana, dizendo que pela liturgia havia feito tudo que era possível; tudo aquilo, segundo recebeu instruções, mais não poderia ser feito. [...] Um padre polonês que encontrou este ofício o levou imediatamente a Paulo VI, que o mandou para fora de Roma, na nunciatura no Irã. Até Monsenhor Benelli, que era o braço direito do Papa, também foi retirado de Roma e estranhamente ambos morreram pouco depois em circunstâncias misteriosas. Dizíamos que era uma queima de arquivo. Entendem, não?

Quero dizer que mesmo os inimigos estando presente dentro da Igreja, isso não deve nos atemorizar, pois o próprio Cristo já contou aquela parábola [...] do trigo e do joio juntos e o Senhor disse “deixai crescer”, depois, na hora da colheita se separará os dois. Pois os maus, como diz Santo Agostinho, ou existem para se converter ou para nos santificar. E isso é verdade. [...] O Senhor, no antigo testamento, deixava os povos bárbaros e desumanos presentes e próximos do povo eleito para garantir a sua fidelidade e seu espírito de sacrifício. E por isso não devemos de maneira alguma pensar que estes problemas possam abalar a nossa fé. Absolutamente!

Uma vez, quando disse um pouco dessas coisas num encontro de bispos, um deles se levantou e me disse: “Você não crê no Espírito Santo?”. Eu disse: “Creio sim, e por isso estou aqui, porque creio no Espírito Santo e sei que as portas do inferno não prevalecerão”. “Eu estarei convosco até o fim do mundo”, tenhamos esta certeza absoluta, não podemos duvidar daquilo que Cristo disse. Isso seria um suicídio religioso. Se não creio em Cristo, em que acreditaria? Em meu pai, em minha mãe, em meu amigo, no Papa? Se não creio em Cristo… e por isso estou seguro, seguro com armas, com sofrimentos, com sangue, sim, sim, é verdade. Quando penso, por exemplo, no Pe. Gruner, vejo nele um mártir da Igreja moderna, sem dúvida. Não se pode compreender a sua vida sem a palavra de Deus que diz: “o reino dos céus é sofre violência, e são os violentos que o alcançam”.

Creio que poderia dizer – digo como uma palavra minha — e suspeitar que o Concílio Vaticano II está relacionado [...] com o terceiro segredo de Fátima. Alguns de vocês me dirão: “mas isso não é atual”. Mas é atual sim, pois se nós publicamos isso, teremos que enfrentar o temor de nossos fiéis que dirão: “O que? Vocês não acreditaram?”… Porque me dirão que eu fui fraco, que eu fui estúpido… essas não são justificativas para que eu possa dizer: “não sou responsável” ou “não estava nessas coisas”.

[...] victoria quae vincit mundum: fides nostra. A nossa fé é a vitória que vence o mundo. Que vence o mundo! Eu estarei convosco até a consumação dos séculos. As portas do inferno com ela. Nem a maçonaria que é o corpo místico de Satanás, nem as heresias são realmente a lepra da nossa Igreja, mas que encontram sempre na graça de Maria e no amor de Cristo um remédio salutar para todos os males, nada disso me deve fazer perder a coragem ou deixar de lutar.

Um dia eu falava na conferência dos bispos do Brasil contra o aborto, porque eu trabalho muito – poderia e deveria ter trabalhado ainda mais. E um bispo me disse: “Mas Dom Pestana, o senhor tem que entender que não podemos perder tempo [...] com uma batalha perdida. O aborto vem! Como veio para quase todas as nações. Não se pode perder tempo com essas coisas”. E eu disse: “Excelência, Deus não te julga se ganhamos ou não a batalha, mas se lutamos e se lutamos bem”. E assim penso que vocês estão fazendo, e por isso estou aqui com a alma renovada, encorajado [...] mesmo com o meu joelho com duas placas de metal.

Deve-se pensar nisso: eu devo lutar. [...]. Sempre recordo de uma estória, e gosto de contar estorinhas [...] para ensinar o catecismo. Um elefante corria na África e, de repente, uma formiga na sua orelha lhe diz: “Elefante, olhe para trás, veja quanta poeira estamos fazendo”. Nós estamos fazendo. E pensamos que somos nós que estamos fazendo. E por isso o personalismo no apostolado é um grande perigo. É Deus quem faz, e só quando os homens se convencerem que Deus faz aquilo que nós fazemos é que acreditarão em nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Amém.

* * *

Fonte: The Fatima Challenge

Visto em: Fratres in Unum

ORAÇÃO NA BASÍLICA VATICANA EM EXPIAÇÃO A ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNS SACERDOTES

Cidade do Vaticano, 29 mai (RV) - Realizou-se neste sábado, no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, uma manhã de adoração eucarística e de oração em expiação aos abusos cometidos por alguns sacerdotes.

Promovida por estudantes das pontifícias universidades romanas também como gesto de solidariedade a Bento XVI, a iniciativa foi patrocinada pelo Arcipreste da Basílica Vaticana e Vigário-Geral do Papa para o Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri.

Concluída a adoração eucarística, teve lugar a meditação feita pelo Promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé. Mons. Charles J. Scicluna, que iniciou sua reflexão partindo da dura advertência de Jesus, apresentada no Evangelho segundo São Marcos: "Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que lhe prendessem ao pescoço a mó que os jumentos movem e o atirassem ao mar" (Mc 9, 42).

Mons. Scicluna repropôs a interpretação que São Gregório Magno deu na Regra Pastoral, no segundo capítulo da primeira parte, dedicada aos "Requisitos do pastor de almas", intitulado "Aqueles que em seu modo de viver não cumprem aquilo que aprenderam com o estudo, não ocupem o lugar do governo das almas".

Ao comentar a frase de Jesus, São Gregório escreve:

"A mó que os jumentos movem significa aquele árduo retornar à vida do século, e o profundo do mar indica a condenação eterna. Portanto, quem tendo se revestido da aparência da santidade prejudica os outros com a palavra e com o exemplo, teria sido certamente melhor para ele que as suas ações terrestres o tivessem arrastado à morte quando se encontrava em estado laical, do que as suas funções sagradas o tivessem indicado aos outros – em sua culpa – como exemplo a ser imitado. Vez que se ao menos tivesse caído sozinho, o teria atormentado uma pena infernal mais tolerável." (RL)

Fonte: Rádio Vaticana

terça-feira, 18 de maio de 2010

João Paulo II e Marcial Maciel. A ação de Bento XVI.

Sob circunstâncias normais, o domínio do Papa Bento XVI da literatura alemã pode não parecer uma forma óbvia de preparação para o papado. Neste momento, porém, parece ser assim, porque Bento XVI e seus admiradores enfrentam uma escolha tirada diretamente do Fausto de Goethe: a fim de salvar a reputação de Bento XVI na crise dos abusos sexuais, eles são obrigados a rever a atuação de João Paulo II.

A análise é de John L. Allen Jr., publicada no sítio National Catholic Reporter, 12-05-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Não está claro se a crítica crescente do histórico de João Paulo II será suficiente para retardar sua beatificação, mas pode muito bem dar novas cores ao legado do Papa diante dos olhos da história.

Os capítulos do pontificado de João Paulo II que estão sendo re-examinados hoje, em grande parte porque foram apresentados para provar a resolução de Bento XVI, incluem:

- O Pe. Marcial Maciel Degollado, fundador dos Legionários de Cristo, a quem o Vaticano denunciou recentemente por ter tido uma vida privada “objetivamente imoral”, incluindo várias formas de má conduta e abuso sexuais. Bento XVI ordenou Maciel a viver uma vida de oração e penitência em 2006, mas esse edito deixou sem resposta por que Maciel, que morreu em 2008, foi protegido por tanto tempo sob João Paulo II. (As acusações contra Maciel surgiram pela primeira vez publicamente em meados da década de 90).

- O cardeal Hans Hermann Groër de Viena, na Áustria, foi acusado em meados da década de 90 de ter abusado de noviços monges, enquanto era abade beneditino. Mesmo depois que um grupo de bispos austríacos anunciaram que estavam “moralmente certos” da culpa de Groër, o Vaticano se recusou a analisar o caso. O cardeal Christoph Schönborn de Viena revelou recentemente que o ex-cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Bento XVI, quis agir, mas se queixou naquele momento que “o outro lado ganhou” – uma aparente referência a outras autoridades do Vaticano que impediram a investigação.

- Quando uma carta de setembro de 2001 do cardeal Dario Castrillón Hoyos que elogiava um bispo francês por ter se recusado a denunciar um padre abusador à polícia foi recentemente revelada, um duro comunicado do Vaticano disse que a carta confirma a sabedoria de colocar Ratzinger no cargo. No entanto, se Castrillón era realmente parte do problema, por que João Paulo II o manteve como prefeito da Congregação para o Clero durante o resto de seu pontificado? (Castrillón disse que João Paulo II autorizou a carta de 2001).

- Dado que as crises de abuso sexual estouraram em várias partes do mundo ao longo dos anos 80 e 90, por que João Paulo II demorou até maio de 2001 para emitir um “motu proprio” delineando novos procedimentos para esses casos? (Esse “motu proprio” provou suficientemente que Ratzinger foi forçado a garantir faculdades especiais do Papa no início de 2003 para garantir que o documento iria funcionar).

É difícil justificar a determinação de Ratzinger sem admitir também que havia obstáculos no topo – e isso, por sua vez, só pode jogar uma luz crítica sobre o Papa que permitiu que esses obstáculos inflamassem.

Resta saber se essas questões serão suficientes para desacelerar o impulso para a beatificação de João Paulo II. Um inquérito oficial do Vaticano sobre a vida de João Paulo II foi concluído em 2009, antes da recente crise. No dia 19 de dezembro, Bento XVI assinou um decreto “de virtude heroica”, testemunhando a santidade da vida de João Paulo II, qualificando-o a ser chamado de “venerável”.

O veterano jornalista italiano Andrea Tornielli, que cobre assuntos do Vaticano para o jornal conservador Il Giornale, disse que a “positio” – o termo em latim para o estudo oficial da vida de João Paulo II, que serviu de base para o decreto das virtudes heroicas – trata a crise dos abusos sexuais apenas de uma forma “rápida e apressada”.

Tornielli relatou que o único documento levado em consideração no processo sobre o caso de Maciel é uma carta do dia 17 de novembro de 2007 do cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmando que não houve “envolvimento pessoal” de João Paulo II na forma como o Vaticano lidou com a acusações contra Maciel. Essa carta foi escrita em resposta a um pedido das autoridades responsáveis pela causa de João Paulo II, buscando esclarecimentos.

Durante algum tempo, esperou-se que a beatificação de João Paulo II poderia ocorrer ainda em outubro deste ano, marcando o aniversário de sua eleição ao papado no dia 16 outubro de 1978. Neste momento, o processo pode ter se aproximado de um redutor de velocidade por uma razão completamente diferente. A imprensa polonesa relatou, em meados de março, que um milagre atribuído a João Paulo II – a cura de uma freira francesa do mal de Parkinson – pode estar em dúvida, pois, segundo o relatório, o diagnóstico da freira não é definitivo.

O Vaticano rejeitou o relatório como “sem fundamento”.

Outros têm levantado dúvidas não com relação ao resultado final da causa de João Paulo II, mas com relação ao seu ritmo. Em junho de 2008, o cardeal italiano Angelo Sodano, enviou uma carta à comissão que estuda a vida de João Paulo II. Sodano, que serviu durante 15 anos como secretário de Estado de João Paulo II, escreveu que não tem dúvida sobre a santidade de João Paulo II, mas se perguntou acerca da sabedoria em agilizar a causa, enquanto os papas Pio XII e Paulo VI ainda estão na fila.

Uma vez que o milagre seja certificado pela Congregação para as Causas dos Santos, caberá a Bento XVI decidir quando se deverá realizar a beatificação. Mesmo os admiradores mais fervorosos do falecido papa estão agora sugerindo que seria uma boa ideia esclarecer os pontos de interrogação sobre a história de João Paulo II de antemão, especialmente com relação ao caso de Maciel.

“Por uma questão de prudência e para ajudar a garantir que o terceiro parágrafo em todas as notícias do dia seguinte à beatificação não se refiram a Maciel, que não merece essa atenção, eu espero que a beatificação ocorra depois de uma prestação de contas pública de como esse engano ocorreu”, disse George Weigel, autor da biografia de João Paulo II, “Witness to Hope” [Testemunha de Esperança].

Weigel disse que essa prestação de contas só pode ocorrer depois que o Vaticano dê uma solução para os Legionários de Cristo. Uma declaração do Vaticano do dia 1º de maio indicou que Bento XVI planeja, nos próximos dias, nomear um delegado pessoal para os Legionários e uma comissão para estudar as constituições da ordem, para guiá-los em um “caminho de profunda revisão”.

A defesa da história de João Paulo II sobre a crise dos abusos sexuais provavelmente vai apresentar cinco argumentos principais:

- João Paulo II foi um Papa “ad extra”, no sentido de que seu foco estava na evangelização do mundo mais amplo, em vez de uma administração eclesiástica interna. Ele dependia de seus assessores para lidar com essas questões, o que significa que, se alguém deixou a bola da crise cair, a responsabilidade principal jaz sobre figuras como Sodano e o secretário particular de João Paulo II, o atual cardeal Stanislaw Dziwisz de Cracóvia, na Polônia. Tornielli disse que, no Vaticano durante estes dias, alguns estão sugerindo discretamente que Dziwisz precisa “assumir sua própria responsabilidade”.

- Quando a crise eclodiu com força total nos Estados Unidos no início de 2002, João Paulo II já estava em declínio físico e provavelmente incapaz de responder com o vigor que a situação exigia. Esse argumento provavelmente pode acelerar a tendência de transferir a responsabilidade para os assessores do falecido Papa.

- Independentemente das falhas administrativas que o histórico de João Paulo II possa mostrar com relação à crise dos abusos sexuais, elas não impugnam sua santidade pessoal. Quando um Papa é beatificado ou canonizado, o Vaticano comumente afirma que o ato não equivale a endossar todas as escolhas políticas de seu pontificado.

- Um histórico misto com relação à crise dos abusos sexuais não apaga as realizações do reinado de João Paulo II, como seu papel no colapso do comunismo ou seus grandes avanços no diálogo católico-judaico e católico-muçulmano.

- João Paulo II também inspirou uma nova geração de sacerdotes que levam a sério a sua vocação. Weigel apresenta esse argumento da seguinte maneira: “Ele atraiu dezenas de milhares de jovens que trouxeram consigo um conceito heroico da vida e do ministério sacerdotal e que entenderam a crise dos pecados e dos crimes sacerdotais como uma crise de fidelidade”, disse. “Os jovens sacerdotes são a resposta de médio e longo prazo”.

Esses argumentos podem ser suficientes para limpar o caminho para a beatificação.

“Não há nenhuma chance de que Bento XVI atrase a beatificação por causa do escândalo dos abusos”, disse Giancarlo Zizola, outro especialista italiano em Vaticano. “Pelo contrário, espero que ele vá acelerá-lo”.

A questão de longo prazo, entretanto, é se o caso para a defesa de João Paulo II com relação à crise de abusos sexuais vai suportar o veredito da história – e, exatamente agora, o júri parece decididamente suspenso.

Quando Bento XVI foi eleito para o papado, há cinco anos, o resultado foi visto amplamente como um voto pela continuidade com João Paulo II – uma impressão reforçada na manhã após o conclave de abril de 2005, quando Bento XVI disse aos cardeais ainda reunidos na Capela Sistina que ele podia sentir a “forte mão [de João Paulo II] segurando a minha própria mão”.

Do ponto de vista de Bento XVI, portanto, a correlação quase matemática entre exonerar sua própria história e impugnar a de João Paulo II pode trazer à mente uma frase do próprio Fausto: “Até o inferno tem as suas próprias leis”.

Fonte: IHU (destaques e fotos do original)

Visto em: Fratres in Unum

Fotos da Missa Pontifical de Dom Fernando Rifan em Brasília por ocasião do Congresso Eucarístico Nacional.

Fotos da Santa Missa Solene Pontifical celebrada por Dom Fernando Arêas Rifan, administrador apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, de Campos, Rio de Janeiro, por ocasião do XVI Congresso Eucarístico Nacional no último sábado, em 15 de maio de 2010. A Santa Missa contou com a assistência de oito bispos, além de vários padres.

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Fonte: Missa Tridentina em Brasília (fotos: Salvem a Liturgia)

Visto primeiramente em: Fratres in Unum

Monsenhor Guido Marini, celebra Versus DEUM na Capela de Maria Salus Populi Romani

O Cerimoniário de Sua Santidade, Monsenhor Guido Marini celebrou Missa no Altar de Maria Salus Populi Romani, na Basílica de Santa Maria Maior neste domingo, 16 de maio, onde se encontra um dos mais venerados ícones da Virgem Maria, também venerado pelo título de Nossa Senhora das Neves.

























segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dom Piero Marini destila seu modernismo a convite da Arquidiocese do Rio.

Dom Piero Marini no Congresso Eucarístico de Brasília - Maio de 2010.

Dom Marini no Congresso Eucarístico de Brasília - Maio de 2010.

Na tarde do dia 11 de maio, o cerimoniário do Papa João Paulo II e um dos principais arquitetos da Missa Nova, Dom Piero Marini, proferiu uma palestra sobre o tema Liturgia na sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro. A palestra, proferida para um auditório repleto, falou do papel fundamental da liturgia na vida eclesial. Como era de se esperar, Dom Marini — caído em ostracismo no pontificado de Bento XVI — privilegiou a liturgia “reformada”, chegando a dizer que no Rito Tridentino o padre “ficava de cara para a parede”, informação essa parcialmente corrigida ao final por Dom Karl Romer, que explicou a posição ad orientem como símbolo de onde viria o Cristo Ressuscitado [nenhuma referência ao Sacrário ou a Cruz na parede do altar]. Segundo o prelado, as devoções particulares como o Terço e a Via Sacra praticadas pelos fiéis no rito antigo teriam dado lugar a uma participação mais intensa e afetuosa por parte dos fiéis no rito pós-conciliar. Dom Piero Marini chegou a atuar como secretário pessoal do Monsenhor Aníbal Bugnini, que por sua vez foi secretário onipotente da comissão que trabalhou na reforma da liturgia católica que se seguiu ao Concílio Vaticano II. Mais informações aqui.

Fonte: Fratres in Unum

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Reporta semanario italiano supuesto complot para asesinar al Papa

Información de agencia Notimex, may-14-2010, vía La Crónica De Hoy.

Reporta semanario italiano supuesto complot contra el Papa
Notimex en Roma Mundo Viernes 14 de Mayo, 2010


Dos ciudadanos marroquíes expulsados el mes pasado de Italia planeaban asesinar al Papa Benedicto XVI, aseguró hoy el semanario Panorama.

En su más reciente edición, la revista reveló que Mohamed Hlal, de 26 años, y Ahmed Errahmouni, de 22 años, estudiantes en la Universidad de Perugia, fueron expulsados por el gobierno italiano debido a que planeaban un atentado contra el pontífice.

Refirió que el Ministerio del Interior, que anunció la expulsión el pasado 29 de abril, no reveló el plan de los marroquíes para evitar la alarma.

Dijo que en el decreto de repatriación, firmado por el titular del Interior, Roberto Maroni, el 21 de abril se estableció que Hlal había emprendido un “proceso de radicalización religiosa” en el que planeaba el asesinato de Benedicto XVI “para garantizarse el paraíso”.

Según Panorama, desde hace al menos un año agentes de la Digos, un cuerpo especial de la policía, vigilaba al marroquí, quien fue detenido apenas reveló su intención de comprar explosivos.

Señaló que el segundo marroquí, Errahmouni, era un experto en informática y le fue encontrado en su poder un mapa de Turín, la ciudad que el Papa visitó recientemente para participar en la exposición del Santo Sudario.

Añadió que además le fueron confiscadas fotos de iglesias, incluida la basílica de San Pedro y que se detectaron sus vínculos con movimientos del extremismo islámico.







Artículo original en italiano aquí (PDF).

Fonte: Secretum Meum Mihi